Impacto do COVID-19 no Mercado de Jogos de Azar em Portugal

barbara marto
Bárbara Marto
Escritor
14-09-2020
4 Min de Leitura relogio

Desde Março de 2020, a pandemia COVID-19 tem causado um impacto considerável em Portugal, paralisando a economia e a vida como anteriormente a conhecíamos.

Revolucionando inteiramente a forma como as pessoas se relacionam com os negócios a nível global, foi possível observar um forte crescimento de utilizadores dos canais digitais. Segundo um estudo realizado pelo Group M, verifica-se que o e-commerce, ou comércio eletrónico, cresce de 40% a 60% face aos valores de 2019, verificando-se uma diversificação no uso da internet e uma maior adoção ao ambiente digital em solo português.

Consequentemente, também os hábitos de jogo dos portugueses se viram alterados, e, com o fecho de todos os casinos terrestres na equação, já se previam alterações na utilização dos casinos online, nomeadamente no que toca à exploração dos chamados jogos de fortuna ou azar.

O SRIJ – Serviço de Inspeção e Regulação do Jogo Online em Portugal – refere que toda a conjuntura se traduziu em “variações significativas e atípicas no volume de apostas realizado, contrariando as tendências normais de crescimento que vinham sendo observadas em período anterior”.

“O mercado regulado nacional dos jogos e apostas ‘online’, apesar de recente e, por isso, pouco maduro, revelou-se capaz e apto, sem sobressaltos, a resistir e a adaptar-se num período de grandes mudanças, retomando, a partir de junho de 2020, uma progressiva e gradual atividade, voltando a padrões de jogo similares aos anteriores à doença covid-19”, acrescenta esta entidade.

Análise e comparação

Segundo o relatório elaborado pelo SRIJ, nos primeiros 6 meses do ano, a receita bruta dos jogos e apostas online foi cerca de 138,9M€, resultando num aumento de 43,1M€ quando comparado com o mesmo período do ano transato. Os jogos de fortuna ou azar representaram 83,7M€ do valor total do mercado global.

No que toca à variação de registos de novos jogadores, até 30 de Junho de 2020, apuraram-se 278,8 mil novos registos, um aumento significativo relativamente ao mesmo período no ano de 2019.

Em 625,5 mil registos houve, pelo menos, uma aposta em jogos de fortuna ou azar, representando 45,3% do valor total apostado. A prática de apostas em jogos de fortuna ou azar, associada a novas contas de jogador, representou 13% do total de prática de jogo.

Contrariamente ao observado no 1º semestre de 2019, em que as apostas desportivas representavam a maioria do valor apostado, desta vez foram os jogos de fortuna ou azar com a percentagem de apostas mais significativa.

Lembre-se que a quebra nas apostas desportivas se deve ao cancelamento da maior parte das competições em todo o mundo.

Assim, o volume de apostas nos jogos de fortuna ou azar tornou-se mais expressivo no mês de Abril e Maio, sendo que, nos meses seguintes, o seu crescimento moderou para valores mais semelhantes aos registados no período anterior à pandemia.

O facto de os casinos terrestres terem aberto novamente as suas portas a 1 de Junho é, claramente, o principal motivo para a diminuição do crescimento da receita das apostas online. Embora esta pandemia tenha alterado repentinamente os hábitos dos jogadores portugueses, e dado um empurrão para os casinos online, a verdade é que a tradição de jogo nos casinos terrestres ainda é bastante proeminente.

Tipologias de jogos com mais apostas

Embora o aumento do volume de apostas tenha sido transversal a todos os tipos de jogos, as apostas em jogos de máquinas, ou Slot Machines, foram as mais representativas, correspondendo a cerca de 60% do valor total apostado.

Mais ainda, a póquer sofreu, da mesma forma, um aumento significativo, passando a representar 14% do volume total de apostas.

Em tom de conclusão, o SRIJ afirma que “o mercado e os jogadores se adaptaram à nova realidade imposta pela pandemia e às restrições impostas à exploração de jogos, tendo a retoma progressiva e gradual da atividade, quer na exploração dos jogos e apostas online, quer no jogo de base territorial nos casinos, pelo impacto que teve também no jogo online, permitido voltar a padrões de jogo similares aos anteriores à doença COVID-19”.

Embora ainda seja cedo para extrair conclusões sobre as novas tendências deste mercado, o facto de este estar preparado para reagir a imprevistos e acompanhar novos hábitos dos jogadores foi fulcral neste contexto e, por agora, é essencial trabalhar a retenção nas respetivas plataformas, que oferecem experiências muito semelhantes aos casinos físicos e acarretam custos muito mais baixos.

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