Jogo Online Fatura €65,4M no 4º Trimestre de 2019

São cada vez mais os portugueses que fazem as suas apostas em casinos online. Porquê? Talvez seja a comodidade, a facilidade, a emoção ao rubro ou até o facto de as promoções serem cada vez mais vantajosas. A par dos trimestres anteriores, registou-se um acréscimo na receita deste segmento, bem como nas entidades que fazem exploração de jogos de fortuna ou azar e apostas desportivas em território português.

Desde que a nova regulamentação abriu caminho para as apostas online, já são 12 as entidades exploradoras autorizadas a operar em Portugal neste segmento. No seu conjunto, possuem 20 licenças – 9 para exploração de apostas desportivas e 11 para jogos de fortuna ou azar.

Segundo o relatório emitido pela entidade reguladora, o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, o jogo online em Portugal fecha o ano de 2019 com um máximo inigualável de 65,5M€ em receita bruta, representando um aumento de 11,4M€ relativamente ao trimestre transato e o valor mais alto desde o 1º trimestre de 2017.

No ano de 2018, a receita foi muito inferior, tendo totalizado 43M€. Com uma subida absolutamente vertiginosa, no decorrer de um ano, o jogo online aumentou a receita em 52% e rendeu ao Estado, através do Imposto Especial de Jogo Online (IEJO), 35,8M€.

Hábitos dos jogadores portugueses

Se até ao ano de 2000 era preciso pegar no carro, vestir-se a rigor e passar pelos seguranças do casino para fazer as suas apostas, hoje em dia basta tirar o telemóvel do bolso e conectar-se à internet. Todos os casinos ficam à mesma distância.

São cada vez mais os portugueses que juntam a emoção das apostas ao conforto das suas casas, ou até de um café com amigos. Apostar enquanto vê a sua equipa favorita na televisão é uma realidade, e uma que é bastante apreciada pelos jogadores. Para além da facilidade e possibilidade de apostar ao vivo e a cores, as odds são muitas vezes mais competitivas e permitem a maximização de ganhos. No mundo digital, quem sabe se não se torna um milionário enquanto está no seu pijama!

Adeus às máquinas de jogo?

Do total de receita do último trimestre de 2019, 49% é referente a apostas de jogos de fortuna ou azar e 51% corresponde a apostas online. As apostas desportivas atingem um valor histórico e ultrapassam os jogos tradicionais, como a roleta, slot machines, blackjack e póquer.

O valor da receita bruta das entidades exploradoras nas apostas desportivas à cota é de 33,4M€ e o valor bruto dos jogos de fortuna e azar é de 32M€. O valor total em apostas desportivas foi de 185,3 M€ e o valor total em jogos de fortuna ou azar foi de 852,2M€.

No que vamos apostar hoje?

Quando falamos em apostas desportivas, mais uma vez, o futebol continua no trono e regista o maior volume de apostas, representando 74,57% do total. A Premier League inglesa representa 10% do total de apostas nesta modalidade, seguido da UEFA Champions League, com 9,2%, da Primeira Liga Portuguesa, com 8,3%, e a La Liga espanhola com 6,8%.

De seguida, temos o basquetebol com 13,34% do total de apostas desportivas, com a NBA a representar 64% das respetivas apostas. O ténis e o hóquei no gelo apresentam percentagens de apostas mais baixas, com 6,32% e 2,95%, respetivamente.

Nos jogos de fortuna e azar, as apostas em máquinas de jogo totalizam 69,85%, seguidas da roleta francesa (13,59%), póquer (9,36%) e blackjack (8,10%).

Evolução do número de apostadores e estrutura etária

O ano de 2019 foi igualmente bom no que respeita à evolução do número de jogadores registados, sendo que, no conjunto de todas as entidades exploradoras se verifica um aumento de 60,5 mil novos registos ao longo do ano, totalizando 163,9 mil novos jogadores.

Durante este último trimestre do ano 2019, observou-se a prática de jogo em pelo menos 390,4 mil jogadores, ou seja, cada jogador realizou pelo menos uma aposta em jogos de fortuna e azar. Deste número, 45,6% apostaram exclusivamente em eventos desportivos e 36% apostaram somente em jogos de fortuna ou azar. Apenas 18,4% fazem apostas nos dois segmentos, sendo bastante percetível que os apostadores portugueses são movidos pelas suas preferências e mantêm-se fiéis aos seus gostos. É bastante importante que as entidades exploradoras mantenham o dinamismo que têm mostrado nestes últimos anos, angariando novos jogadores e fidelizando os já existentes.

67,4% dos registos de jogadores portugueses têm idades inferiores a 35 anos, sendo que as camadas mais jovens são as que evidenciam maiores números de novos registos. As camadas mais jovens alavancam cada vez mais este mercado e mostram que as empresas devem estar atentas a estas faixas etárias, já que são as que apresentam mais aceitação tecnológica e são mais propensas a apostar online.

Monitorização do Jogo Online

Sendo a segurança e o jogo responsável uma das maiores prioridades da entidade reguladora, verifica-se que a medida de autoexclusão da prática de jogos e apostas online teve um aumento de 4,5 mil, existindo, até ao final de 2019, 47,8 mil jogadores autoexcluídos. Este número representa cerca de 3% do total de jogadores registados.

No âmbito da atuação no controlo da atividade de operadores ilegais, foram enviadas 30 notificações para encerramento e 15 bloqueios de ISP’s. Desde a entrada em vigor da lei do jogo online, foram enviadas um total de 466 notificações para encerramento da atividade em Portugal e foram notificados 386 sites que, apesar da notificação, continuaram a disponibilizar o seu conteúdo em território português.